Os moinhos de marés e de vento foram introduzidos na zona de Alburrica para a moagem de cereais e descasque do arroz e alguns destes moinhos fazem ainda parte do património cultural do concelho, como por exemplo o Moinho Pequeno (de marés) e os moinhos de Alburrica e do Jim (de vento).
O moinho pequeno com três pares de mós, foi construído em meados do século XVIII, tendo encerrado há muito tempo e encontrando-se, presentemente, em ruínas. Também este moinho moia trigo e nele se fabricavam ainda massas. Pertenceu a José Pedro da Costa. Está localizado junto do largo que lhe tomou o nome, isto é, Largo do Moinho Pequeno transversal à Rua Miguel Pais. É, actualmente, também, propriedade particular.
Construído no Séc. XVIII (?). Tinha 3 moendas. Farinava cereais e nele se fabricavam, também, massas alimentícias. Pertenceu a José Pedro da Costa. Era de Joaquim do Rosário Costa em 1884. Desconheço quando deixou de laborar e em que condições.
Este poderia ser um excelentíssimo espaço museológico de arqueologia industrial e naval barreirense no seu período anterior à Revolução Industrial, como temos vindo a sugerir em reuniões na Câmara Municipal.
A recuperação deste moinho, integral e no seu funcionamento (sem a fábrica, é evidente), implica a recuperação da correspondente “caldeira”... QUE GRANDE SALA DE INSTRUÇÂO PARA AS ESCOLAS, E POPULAÇÂO EM GERAL."
Noutro ponto do seu artigo, escrevia o arquitecto:
“Acontece que esta área noroeste do Barreiro (Alburrica), ameaçada com aterros na sua textura – tendo em vista o equilíbrio ecológico do rio, a rara concentração exemplar de arqueologia industrial (moinhos de vento, moinhos de maré, estaleiros) , o excelente panorama de que o rio oferece, e ser ainda o logradouro urbano de maior vastidão e qualidade que o Barreiro possui – acontece que esta área, dizia, nos tem merecido de alguns anos a esta parte cuidados urbanísticos de preservação de natureza geográfica-cultural que, aqui e ali, temos vindo a predicar. Trata-se do último reduto da génese fundamental deste aglomerado urbano de pescadores que, por séculos, se processou no seu diálogo constante com o rio de que depende – pescadores, estaleiros, moinhos de maré e de vento, passagem de comércio entre o sul e a capital que fornece de serviços, mão-de-obra e matéria prima.
...
Em verdade, algo terá de ser feito nesta área tão sensível e, neste momento, em tão profundo estado de degradação. É urgente uma intervenção urbanística planificada...
Felizmente a Câmara Municipal do Barreiro é de maioria APU, o que significa a garantia dos superiores interesses populares em jogo.”
Isto dizia Cabeça Padrão em 1985. A Foto nº. 1, acima, é de 1984. O moinho pequeno ainda estava bem conservado como dizia o arquitecto. Hoje, vejam a Foto nº. 2, tirada em 2008, e o estado de completa degradação em que está o Moinho Pequeno. A incúria das autoridades é tal que não há palavras para classificar esta atitude. Dizia o arquitecto que estava tranquilo em 1985 por a C.M.B. ser de maioria APU. 25 anos depois, como deve o arquitecto estar às voltas debaixo dos torrões, e a maldizer a sua crença nessa força política. Nessa e porventura nas outras, pois ninguém é sensível à cultura, ninguém se manifesta em sua defesa.
E AGORA FORAM CONSTRUIR MESMO “EM CIMA” DO MOINHO PEQUENO E DENTRO DO RIO UM VERDADEIRO MAMARRACHO. SERÁ A ISTO QUE “ELES” CHAMAM “DEVOLVER O RIO ÀS PESSOAS?”
OU É, ANTES, METER AS PESSOAS DENTRO DO RIO? VESTIDAS E TUDO!!! OU MELHOR, DENTRO DO LODO!!!
5 comentários:
Prometendo voltar a ver o seu blogue com mais tempo, desde já lhe deixo os meus parabéns.
Abraço,
António
Aqui venho responder ao convite que gentilmente me dirigiu...
Gostei de ver coisas bonitas da minha cidade, ainda por cima, a paisagem que vejo da minha janela.
Parabéns!
Ana Gomes da Silva
De Álvaro Morgado para
Ana Gomes da Silva
Agradeço o seu amável comentário.
Só agora respondo porque tenho estado ausente.
Obrigado
Caro amigo Álvaro, conforme sua recomendação aqui estou a ver o seu blog, cujo conteúdo merece a minha maior atenção, quer pela qualidade da mostra, quer pelo seu texto.
Um abraço e até sempre. João Cavaco
Amigo Cavaco
Obrigado pelas suas amáveis palavras.
Os meus agradecimentos.
Álvaro Morgado
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