A actual igreja é o resultado da ampliação de uma pequena ermida dedicada a S. Roque, cuja origem se pensa remontar aos finais do século XVI.
Com a extinção da Confraria de S. Roque passou a ermida para a posse da irmandade de S. Pedro, constituída por marítimos e pescadores da Vila do Barreiro, da qual se regista a presença nesta igreja desde 1629.
Durante todo o Século XVIII, a romaria a Nossa Senhora do Rosário afirmou-se como um dos principais Círios da Margem Sul, à semelhança dos Círios da Atalaia (Montijo) e da Senhora do Cabo, no Cabo Espichel. Desde 1736 que as festividades se realizavam naquela que já amiúde era designada por Igreja do Rosário.
As festas constavam de procissão marítima, saindo a imagem da igreja de S. Domingos em Lisboa num Escaler da Marinha Real, escoltada por diversas embarcações devidamente engalanadas, indo aportar ao cais do Rosário. Aqui já a esperavam as confrarias locais com os seus estandartes, seguindo em procissão para a igreja. As festividades prolongavam-se por vários dias, tendo o seu ponto alto no dia 15 de Agosto.
Para além dos aspectos religiosos, as festas constavam de animado arraial, feira franca no largo da igreja, tourada, rematando com «grande fogo de vista e do ar».
No final do Século XVIII, a devoção à Senhora do Rosário atingira tal fama, que a velha ermida de S. Roque era já pequena para acolher todos os romeiros que aqui se deslocavam, em busca dos seus famosos milagres. Para obstar a estas dificuldades, D. Maria I emitiu um alvará régio aos membros da Confraria dos escravos de Nossa Senhora do Rosário para ampliarem «tanto na largura como no comprimento, edificarem juntamente a sacristia e outras acomodações úteis e necessárias para a dita Irmandade Hospedarias e Logradouros da dita ermida».
É dessa época (1791) a actual configuração do templo. Trata-se de uma igreja de corpo rectangular, com uma fachada de linhas severas, onde se destacam dois torreões, um dos quais (Norte) ostenta um carrilhão.
No seu interior, destaca-se o altar-mor em talha dourada com uma imagem de roca da Senhora do Rosário, e o órgão ofertado por D. Maria I. A sacristia está revestida com um silhar de azulejos do período final do Barroco, de belos efeitos cromáticos, constituindo exemplar único desta arte neste período, no Barreiro.
Referência ainda para o Lavatório em pedra lioz, ricamente lavrada, também deste período.
A Igreja possui um notável conjunto de Ex-votos marítimos, testemunhos de uma arte e de uma religiosidade popular muito forte, que caracterizou o Barreiro neste período. www.cm-barreiro.pt/pt/conteudos/municipio/patrimonio+cult...
segunda-feira, 6 de junho de 2011
Barreiro - Igreja da Nossa Senhora do Rosário
FOTO
Fase 1
Fase 2
Fase 3
Fase 4
ACRÍLICO SOBRE TELA 50 x 40 cm
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